Educação e Tecnologia
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

Leitura e Produção Escrita em Tempos de Tecnologia - 25/09/2009
Como as Redes Sociais podem ajudar a Educação?

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Estive em Bauru (SP) no mês de setembro (2009), pelo Planeta Educação, realizando palestras para os educadores da rede municipal de ensino desta bela cidade do interior paulista. Nas quatro jornadas de 2 horas tivemos entre 50 e 80 pessoas em cada encontro e a repercussão foi bastante positiva, conforme pudemos perceber depois de cada palestra, a partir dos comentários dos participantes.

É certamente um tema bastante instigante, que gera dúvidas e que também causa algumas polêmicas. De qualquer forma, como tudo o que se relaciona à educação e tecnologia, há muito que fazer e aprender. Parto sempre do princípio que nestas jornadas é preciso socializar aquilo que estamos estudando, lendo, aprendendo a partir do trabalho que realizamos e, ao mesmo tempo, estarmos sempre atentos, de ouvidos abertos, prontos para igualmente aprender...

Aproveitei na apresentação não só aquilo que havia preparado em transparências, fruto de materiais produzidos tanto para o Planeta Educação quanto para o Escolhendo a Pílula Vermelha, mas também materiais que estão em revistas deste mês e que reforçam a presença das redes sociais na vida e trabalho das pessoas. O Twitter foi uma grande atração, pois está em evidência e muitas pessoas ainda não conhecem e demonstram grande interesse na ferramenta.
 
A participação no Seminário Info, em São Paulo, em 21 de setembro de 2009 (segunda-feira), também deu subsídios às palestras. Estou ressaltando que pessoas e empresas importantes estão de olho em plataformas e recursos como o Twitter, o Flickr, o Orkut, o Facebook, o YouTube e todas as ferramentas sociais.

Enfatizando que as novas gerações estão se deslocando para estes meios e deixando para trás algumas estruturas e programas que consideram ultrapassadas, apesar de serem, evidentemente muito úteis, como os e-mails e sites que não promovem a interatividade, a possibilidade das pessoas falarem com seus pares (amigos, parentes, colegas de trabalho...).

De qualquer modo, como o foco é a relação entre leitura e produção escrita com as tecnologias, procurei destacar que apesar de algumas dificuldades - em especial a questão das alterações na linguagem por parte dos jovens, adolescentes e crianças que ocasionam o surgimento de um novo dialeto, o internetês - não deve ocasionar quedas de braço entre professores e alunos.

A compreensão geral dos especialistas indica que não há como bater de frente com este novo linguajar (que se caracteriza, especialmente, por abreviações como "vc", "flw" ou "blz"), trata-se de fenômeno global que atinge todas as línguas, não apenas o português...

Neste sentido é importante adotar outra estratégia... Uma postura em que admitimos a existência desta linguagem, mas ao mesmo tempo, advogamos que há espaços em que é possível utilizá-la, como os comunicadores instantâneos (MSN, Skype), enquanto na escola ou no trabalho, destacamos que é preciso conhecer e usar a norma culta da língua...

Agora, mais importante, é ressaltar que a despeito desta dificuldade específica, o encontro entre escola e tecnologia deve ser celebrado e vivenciado a partir da fusão de metodologias e recursos, ou seja, usar toda esta curiosidade e interesse das novas gerações quanto às redes sociais e todos os meios já existentes ou que surgirem na web como canais através dos quais as aulas, os exercícios, os trabalhos em grupo, as leituras e qualquer tipo de atividade educacional seja publicizado, disponibilizado e utilizado como meio de intercâmbio e troca entre professores e alunos, grupos de estudantes, educadores de diferentes escolas e redes...

A leitura de um livro, por alunos de qualquer faixa etária, por exemplo, pode gerar o surgimento de ações como a gravação em áudio ou vídeo, a produção de postagens em blogs ou sites de professores e escolas, a organização de tarefas rápidas a serem respondidas no Twitter...

Há muitas possibilidades de relacionar conteúdos dados em sala de aula com as ferramentas oferecidas pela tecnologia... Com isto, certamente, os professores se aproximam mais de seus alunos, criam maior empatia dos estudantes com as disciplinas, têm interesse real e energia de sobra por parte de seus pupilos na realização das ações... Ou seja, há muitos ganhos a vista... Entre eles, só para fechar este artigo, também acabam levando seus alunos a planejar, ler, escrever e, certamente, com isto, a melhorar a sua capacidade de comunicação e relacionamentos...

Obs.: Agradeço à Secretaria de Educação e aos Educadores da Rede Municipal de Bauru, à equipe de Informática Educacional do Planeta Educação e à equipe Planeta que atua no projeto em Bauru pelo convite e possibilidade de estar presente no município para apresentar estas palestras.

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6 COMENTÁRIOS

1 Eloisa Menezes Pereira - Porto Alegre
Uma experiência que deu certo A Escola Estadual Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, de Porto alegre, já entregou seu projeto de ebook à Editora Plus. Quem coordenou foi a professora de Língua Portuguesa, Eloísa Menezes Pereira, preocupada com a agressividade dos alunos de 5ª. série e suas provocações e humilhações aos colegas bullying. Ela via com preocupação as frequentes provocações que envolviam tapas, cutucões e linguagem chula. Decidiu, então, fazer uma experiência piloto com uma turma de 28 alunos de 11 a 13 anos e propôs trabalhos que mostrassem para que servem as mãos, o tato e os demais sentidos. Cada um escreveu sua história e ilustrou. Um dos meninos, mais rebelde, expressouse totalmente por meio de história em quadrinhos. Nasceu, assim, o livro Brincando com os sentidos, que está sendo preparado para publicação no site. O envolvimento dos estudantes durante todo o projeto foi animado e o resultado deixou a educadora empolgada. Aumentou a autoestima do grupo e diminuiu o bullying. Até os outros professores perceberam a mudança no comportamento do grupo, disse Eloísa. O colégio está localizado numa área carente, cuja comunidade tem pouca autoestima. O desenho ajudou. A professora, que não usa celular, também não sabia que o livro pode ser baixado nos telefones móveis. Ficou animada e disse que pedirá à direção da escola que autorize o uso de celulares para que os estudantes possam ver a obra. Ela acredita que eles ficarão mais interessados ainda no estudo. Agora já planeja desenvolver projetos com colegas de outras disciplinas. É só ter boa vontade. Compete à direção estimular, diz a educadora. I.S.
03/02/2010 19:59:59


2 Maria de Lourdes Coelho - São José
Concordo que devemos conhecer várias ferramentas da tecnologia para oferecer aos nossos alunos e também devemos dominar tais ferramentas, entretanto este é o nosso grande desafio. Percebo que o artigo apresenta soluções a serem desenvolvidas com os alunos e isto é bem enriquecedor para nossa prática.
02/11/2009 11:38:07


3 Edinéia Martins - Florianópolis
Realmente nosso grande desafio enquanto professores é nos adaptar e adequar a esse novo tempo educacional, no qual a tecnologia está muito presente e é um grande apelo para nossos jovens portanto fazse necessário conhecermos, incorporar e aplicar estas novas tecnologias em nossas aulas, sempre subsidiadas por um bom planejamento.
20/10/2009 16:53:42


4 MÁRCIA BITTENCOURT - fLORIANÓPOLIS
GOSTEI MUITO DE CONHECER AS FERRAMENTAS PRINCIPALMENTE OS RECURSOS DISPONIBILIZADOS NO POWER POINT
17/10/2009 20:09:05


5 Sonia Cristiane Castro - Lorena
Concordo com o Rogério, mas creioser amaior dificuldade do professor a abertura para as novas tecnologias que nos são apresentadas. Um grande passo a ser tomado por nós, educadores é querermos mudar, experimentar e usar as tais ferramentas a nosso favor, claro como disse o colega, adequandoas a nossa necessidade.
09/10/2009 18:38:02


6 Rogerio Alves Pereira - Florianópolis
Devemos conhecer as diversas ferramentas porém não será necessário utilizarmos todas e sim algumas , a quais julgarmos mais adequadas.
06/10/2009 16:37:19


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