Interterritorialidade - mídias, contexto e educação - 19/06/2009
Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral
O livro Interterritorialidade - mídias, contextos e educação (Editora Senac São Paulo e Edições SESC SP), organizado pelas especialistas Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral, é resultado do projeto Interterritorialidade, realizado em 2005, que reuniu no SESC Pinheiros, em São Paulo, artistas, educadores, criadores, produtores, críticos e público para discutir a questão da relação entre a arte, educação, os meios tecnológicos, contextos socioculturais e suas fronteiras contemporâneas, abordando temas como a interculturalidade, interdisciplinaridade e a integração entre as artes, a educação e a mídia (intermediação). O título do livro remete exatamente aos limites e aos territórios multidisciplinares pelos quais navegam a arte e a estética na atualidade.
No evento de lançamento do livro Interterritorialidade - mídias, contextos e educação - dia 15 de abril, às 20h, no SESC Pinheiros - as organizadoras Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral, com a presença do diretor regional do SESC em São Paulo, prof. Danilo Santos de Miranda, conversam com o público em um espaço no 2º andar da unidade SESC Pinheiros - Sala das Oficinas. Na mesma ocasião, haverá uma apresentação, em tempo real, com o VJ Spetto, participante do projeto realizado em 2005, que resultou na presente publicação.
Esta obra reúne textos dos participantes do seminário internacional, representantes de diferentes áreas do conhecimento como antropologia, arteterapia, arte-educação, psicanálise e documentário, dança, televisão, poesia, artes tecnológicas, imaginários urbanos e processos comunicacionais. Seus autores - Edgard de Assis Carvalho, Marián López Fernández Cao, Rita L. Irwin, Ivone Mendes Richter, Miriam Chnaiderman, Cláudia Gunzburger Simas, Dani Lima, Walter Silveira, Cid Campos, Giselle Beiguelman, Lucas Bambozzi, Christine Mello, Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral - discutem a arte, a educação, seus contextos e fronteiras intermídias e promovem um diálogo entre diversas áreas, linguagens e meios, ou seja, o trânsito de conceitos e saberes, zonas de tensão, hibridizações e interconexões culturais que definem os novos contextos/territórios da sociedade contemporânea.
Para compor esse panorama, as organizadoras reuniram representantes do Brasil, Canadá e Espanha com trabalhos de videoarte, audiovisual, arte-educação, música, performance, arte tecnológica, dança, intervenção urbana e arte pública expandida, psicanálise, documentário e antropologia. As reflexões, descobertas de pontos convergentes e a diversidade de idéias, estão reunidas em 14 textos de Interterritorialidade, pautados pela complementaridade, interrelacionamento e reciprocidade entre a História da Arte, a Estética, a Teoria Cinematográfica, os Estudos Culturais, a Teoria dos Meios, a Arte/Educação, a Cultura Visual, os Estudos de Gênero, entre outros.
"Diálogos cada vez mais intensos vêm configurando uma nova cartografia cognitiva, caracterizada por colaborações entre diferentes territórios e domínios, que provocam inter-relacionamentos entre disciplinas como história da arte, estética, teoria dos meios e muitas outras. O livro vem iluminar o debate sobre o tema, constante nos meios acadêmicos e escolares", concluem Ana Mae e Lilian Amaral, na apresentação. Lilian Amaral ressalta que: Interterritorialidade ultrapassa o conceito de mera interdisciplinaridade e lança a idéia de territórios expandidos e hibridizados, físicos ou não, que se tornam novas referências e novas possibilidades cognitivas, expressivas, culturais. "Participou deste projeto quem teve a coragem de fazer uma 'viagem cognitiva', ou seja, interterritorialidade foi uma experiência libertária", enfatiza Ana Mae Barbosa.
SOBRE TEXTOS E AUTORES DE 'INTERTERRITORIALIDADE'
Ana Mae Barbosa aborda o conceito de interterritorialidade na arte e na educação contemporânea, partindo das proposições de integração das artes do Balé do IV Centenário.
Lilian Amaral reflete sobre derivações da arte pública contemporânea com base na arte como experiência, compartilhamento e apropriação, apontando aspectos da arte urbana e implicações na esfera social brasileira atual.
Edgard de Assis Carvalho em "Arte-Ciência, religação indispensável para a educação do século XXI" discorre sobre os quatro pilares da educação diante da excessiva fragmentação e obsessão pela adequação da educação às condições de mercado.
Marián Cao analisa gênero e criação artística e conclui que o estudo da arte e sua relação com as mulheres acaba de se iniciar, propõe dar visibilidade a criações herdeiras de enredos nos quais palpitam a história silenciada, a memória do corpo, o anseio cotidiano e a vida..
Rita L. Irwin, a partir de uma perspectiva sociocultural, define a mestiçagem como linguagem de fronteira e coloca a A/r/tografia como uma forma de representação que privilegia o texto e a imagem ao se encontrarem em momentos de pesquisa e ensino.
Ivone Mendes Richter sugere uma prática em sala de aula que resgate o outro, que seja revolucionária ao propor a inclusão e que encontre as riquezas em todas as culturas e seres humanos, pela sua diversidade.
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