Cinema na Educação
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

Vida Maria - 25/03/2009
Porta Curtas Petrobras - Direção de Márcio Ramos

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A vida segue. Vagarosa. Mordaz. Dia a dia morremos lentamente. E a morte acontece não apenas porque envelhecemos. Nem tampouco apenas pelo fato de adoecermos. Ela acontece todos os dias porque nos sufocamos, pelo fato de nos submetermos, de silenciosamente aceitarmos o que nos é dado, ou o que conseguimos atingir, obter...

Contentamos-nos ou nos acomodamos? Qual é a tônica de nossas vidas? Nesse exato momento, o que vivemos é o que realmente queremos ou é aquilo que a vida, através de suas várias circunstâncias e acontecimentos nos legou? Em que ponto de nossas trajetórias abdicamos de nossos sonhos e rumos e nos deixamos levar pela toada da vida?

Será que realmente temos opções? Será que em nossas existências, em algum dado momento, nos é permitido escolher o que realmente desejamos, a despeito de qualquer outro interesse, pormenor, sujeito ou acontecimento?

O que se sabe é que muitos de nós, se não a maioria, para não pensar na totalidade, simplesmente “toca o barco”. E o que significa isto? Na prática significa muito, pois representa o quanto prezamos o nosso ser, a tão sonhada autonomia, o sagrado direito de ir e vir sem estar atrelado ao desejo ou a necessidade de outros...

Quem realmente, por livre escolha, quis estar nos pelotões de soldados enviados às guerras e sacrificados em massa em prol de objetivos e propósitos que poucos realmente compreendiam? Quantas pessoas, conscientemente, desejaram passar horas e horas em linhas de produção a apertar botões e parafusos? Identifique alguém que sofra com a fome, as epidemias ou o analfabetismo e não queira superar essas mazelas que tanto atormentam a existência humana...

Não há. A consciência não permite. A informação e o esclarecimento são ferramentas libertárias que devem permitir a quem quer que seja o caminho da felicidade, da autonomia, do respeito, da civilidade...

Mas não é isso o que vemos quando assistimos a pouco mais de um minuto de vídeo do curta-metragem Vida Maria, de Márcio Ramos. É o tempo necessário para que vejamos como ainda persiste no mundo em que vivemos um cativeiro invisível que aprisionam tantos de nós a realidades nas quais não gostaríamos de viver.

E nem é necessário que existam feitores malvados, como no tempo da escravidão, ou máquinas que nos engulam e nos façam parte de engrenagens que movem indústrias e sistemas... Podemos estar entre familiares, no meio daquilo que nos é mais próximo, dentro de espaços que nos pertencem e, mesmo assim, continuamos amarrados, presos, atados a essa invisível e imperceptível vida que não queremos, que não sonhamos, que não nos pertence em nosso mais íntimo ser...

E o pior de tudo é saber que não reagimos... Que simplesmente continuamos... como se nada de errado estivesse acontecendo ao nosso redor... Estamos entregues não por que outros nos delataram ou nos aprisionaram... Vivemos assim por nossa própria escolha... Ou melhor, por nossa total inércia...

João Luís de Almeida Machado acredita que as pessoas precisam reagir, tomar a pílula vermelha, mas muitas vezes se sente tão prisioneiro quanto às inúmeras Marias que habitam esta Terra...

Saiba mais sobre o curta-metragem Vida Maria no Porta Curtas Petrobras, no link: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=4910.

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1 COMENTÁRIOS

1 anna - lorena
Muito bom. Pena que é curtinho!
04/05/2009 15:41:19


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