Globalizar a Solidariedade - 20/01/2009
Para diminuir as desigualdades...
"O mercado em escala mundial (distante de compreender toda a troca comercial) não integrou os países e as pessoas, nem poderá fazê-lo, devido aos baixos níveis de competitividade de que muitos partem. É claramente insuficiente. As desigualdades na saída não podem produzir mais do que desigualdade acentuada no caminho e na meta. A globalização não pode ficar limitada a uma ligação entre "os de cima", deixando de fora "os de baixo". Trocar bens e produtos cria laços de interdependência (também de dependência), mas não gera per se relações pessoais, laços de solidariedade, compartilhar ilusões e projetos, compreensão e respeito pelo outro, etc. A sociabilidade tem que se apoiar em outras interdependências, em formas de integrar os sujeitos em atividades e projetos comuns." (SACRISTÁN, Gimeno. A Educação que ainda é possível: Ensaios sobre uma cultura para a educação. Porto Alegre: Artmed, 2007)
A globalização criou laços que unem os países e que, também promoveram a diminuição das distâncias e a agilização dos transportes e comunicação. A base de toda essa realização está diretamente ligada à questão dos laços comerciais que unem as nações. Produzir alhures, comercializar mundialmente, cortar custos, encontrar melhores opções de matérias-primas, utilizar mão-de-obra mais barata e, principalmente, aumentar as possibilidades de vendas entrou na pauta das nações com enorme ênfase nos últimos 20 anos.
O que não foi aperfeiçoado, no entanto, foram as relações humanas entre essas mesmas nações. O que se quer é dinheiro, cada vez mais e maiores lucros. Se para isso é necessário apertar as mãos de outras pessoas, de diferentes culturas e origens, sempre com um sorriso no rosto para expressar cordialidade e simpatia - assim será feito...
Mas até que ponto estamos nos preocupando em criar um mundo no qual os laços de solidariedade e de humanismo possam sobressair nesse universo em que os negócios estão sempre em primeiro plano?
Sacristán traz a tona essa preocupação que compartilho. As relações de dependência ainda existem e, paralelamente a elas, também surgiram e estão se consolidando laços de interdependência. Temos que atentar, porém, para a desigualdade dos pares...
Há países muito ricos e outros apenas remediados, há alguns em desenvolvimento acelerado e tantos outros que estão afogados em problemas ainda básicos, relativos à sobrevivência (como a produção de alimentos, o analfabetismo, a poluição ambiental...).
E esses pares desiguais, que dançam ao som de ritmos completamente distintos, pisam continuamente uns nos pés dos outros... Acertar o ritmo dessa valsa (ou samba, rock, pop music, tango...) exige muito mais do que cifras e investimentos (também muito necessários).
O que é necessário? Precisamos de debate, consenso, ação e entendimento em prol não apenas de interesses mesquinhos, localizados ou setorizados - mas globais, que redundem em benefícios e melhorias para todos...
1 Izolino - Brasil
Olá pessoal! Gostei muito do artigo, entretanto, vivemos num mundo diferente aqui no no país chamado Brasil, pois existem vários Estados onde cada um exerce suas características. Na minha opinião o governo federal devería exigir das empresas e dele próprio planejamento na instalação de indústrias que leve o desenvolvimento igualitário a todas as regiões para que o homem permaneça no campo e o trabalhador possa tecnificarse sem sair do local onde vive. O mundo dos negócios tornouse globalizado e entra nos lares diariamente e porque não buscarmos alternativas viáveis para competir com uma produção capaz de revolucionar o mercado mundial investindo no jovem que precisa compartilhar suas ideias.
01/02/2009 12:21:55
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