Quando nos tornamos protagonistas da história -
Museu da Pessoa
Quem é você? O que você faz? Onde vive? Que pessoas convivem com você? Quais são os seus hábitos alimentares? Onde estudou? Passou por restrições ou dificuldades em sua infância? Teve uma vida confortável, sem grandes percalços? Quais foram os padrões de vestuário que caracterizaram as fases da sua história? Como é (ou era) o seu trabalho?
Quantas e quantas perguntas poderíamos fazer afim de podermos decifrar um pouco daquilo que há dentro de cada um de nós, que constitui a nossa história particular de vida?
Quantos entre nós teriam disposição e coragem para abrir as páginas desse livro tão íntimo, tão pessoal?
E para que poderiam servir depoimentos, entrevistas, fotos, filmagens, gravações sonoras de pessoas comuns, simples mortais como nós?
Que tal pensarmos em memória coletiva. Que tal tentarmos compreender os vários e diferenciados momentos da história de nosso povo e da humanidade em geral?
Sem dúvida que documentos como esses poderiam permitir, quando comparados, avaliados, equiparados e analisados uma percepção clara da história, da cultura, das relações familiares, dos hábitos do cotidiano ou mesmo do particular inserido no geral, no público.
Que tal começar o exercício proposto acima com seus familiares ou com seu próprio conjunto de memórias. Às vezes me vejo recapitulando com os colegas de trabalho vários pontos comuns entre nossas infâncias (jogos, desenhos animados da televisão, alimentos, escola,...); em outros, quando em sala de aula, me vejo encurralado por perguntas de meus alunos que considero interessantes justamente por colocarem nossos universos e nossa formação em choque (o que me faz ponderar meus posicionamentos e tentar entender se, afinal, não estou me tornando um "dinossauro").
Essas ponderações podem ser ampliadas se pudermos ler outros depoimentos, entrar em contato com outras realidades e histórias de vida (várias delas verdadeiramente deliciosas), ver imagens que nos surpreendem por nos mostrar situações, pessoas, lugares e relacionamentos como não podemos imaginar (por não fazerem parte do nosso imaginário). Isso pode ser feito, basta digitar o endereço do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.com.br). O acervo que está disponível já é considerável, no entanto, entre outras opções interessantes, existe a possibilidade de colocar sua própria história nos anais desse grande arquivo on-line e eternizar-se (virando, inclusive, referência para que outras pessoas possam conhecer você e o seu mundo, seu tempo).
O site
Há algumas possibilidades interessantes que tornam o Museu da Pessoa uma visita obrigatória para professores e alunos. Entre as quais poderia destacar:
1) O Acervo constituído por depoimentos e entrevistas dados por pessoas das mais diferentes localidades, formações, idades, posicionamentos políticos, religiões,...
2) O setor de Fotografias, onde através das imagens viajamos no tempo para várias partes do Brasil, conhecemos pessoas, identificamos formações familiares, hábitos e um pouco da cultura desse nosso imenso país.
3) Há espaço específico (nos caminhos Projetos, Almanaque e Educação do menu inicial) dedicado a descrição de projetos educacionais que são desenvolvidos com o intuito de buscar essa memória individual, perdida na imensidão de nossas terras. Orientações para os professores e indicação de caminhos de pesquisa a serem feitos pelos alunos.
4) Os Áudios apresentados, apesar de pouco numerosos e curtos, nos apresentam traços marcantes da formação e da orientação dos imigrantes que se estabeleceram no Brasil.
5) Depoimentos interessantes constituem o acervo de Vídeos apresentados pelo Museu da Pessoa, falta apenas aumentar a quantidade de documentos disponíveis para que as possibilidades de aproveitamento pelos internautas tornem-se ainda maiores.
Para os educadores Que tal fomentar projetos de História Oral em suas salas de aula. Motivar seus alunos a buscar nossas raízes. Mostrar a eles que na nossa história particular de vida existe um pouco daquilo que é mais amplo, mais abrangente. Todos nós somos um pouco da diversidade que encontramos em nosso país e no mundo em que vivemos. Depoimentos de imigrantes italianos, turcos, portugueses ou alemães. Documentos escritos legados por pessoas das classes sociais mais elevadas e também por gente humilde, de pé no chão, de nenhuma ou pouca instrução. Retratos de um povo mestiço, meio branco e meio negro, com sangue indígena correndo nas veias, com a pele de cor um tanto quanto indefinível, sobretudo, tupiniquim, brasileira. Tudo isso encontramos no site do Museu da Pessoa, no entanto, muito mais podemos descobrir em nossos bairros, em nossas cidades, em nosso estado,... Descobrir a nossa memória. Tirar as cobertas de cima de nossa brasilidade. Encontrar nossa identidade. Ter orgulho de nossas histórias pessoais. Sentir prazer nesse encontro com o que somos para que possamos projetar nosso amanhã com segurança, com esperança e com sabedoria! |
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