A USP (Universidade de São Paulo) é destacado centro de estudos e pesquisas no cenário nacional. A despeito da crise que, de tempos em tempos, ronda a instituição, motivada essencialmente por problemas financeiros (greves de professores e funcionários por melhores salários, repasse tardio de verbas, queda de investimentos no setor,...), a USP preserva a aura de grande universidade brasileira (mesmo levando-se em conta o empenho e belo trabalho realizado por instituições de grandiosa qualidade como a Unicamp, o ITA, a UFRJ, a FGV e outras escolas de renome e tradição).

Visando se adaptar aos novos tempos, uma boa parcela do trabalho da USP tem sido dedicada a implementação de projetos na área de internet. O surgimento de sites como a Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro (www.bibvirt.futuro.usp.br) e a Escola do Futuro (www.futuro.usp.br) contribuem decisivamente para a divulgação do conhecimento produzido na universidade. Criam elos de ligação entre a produção científica e a comunidade, estimulam o diálogo, permitem que a sociedade melhore.

Esse talvez seja um dos maiores sonhos dos pesquisadores e professores universitários, saber que os projetos, as idéias, os novos conceitos e práticas criadas em laboratórios, através de pesquisas que levam anos para chegarem a um termo, não vão se restringir a públicos específicos, a estudantes e determinadas comunidades escolares. Atingir o grande público é a meta final. A internet é um meio eficaz de realizar esse passo fundamental.

Entre os projetos da USP que, efetivamente, tem conseguido ir além nessa tarefa, encontra-se a Estação Ciência. Consolidada em São Paulo, onde recebe em média 25 mil visitantes por mês em seu local de exposições (Rua Guaicurus, Lapa, São Paulo – Capital, Cep: 05033-002). Disponibilizar o projeto através da internet significa permitir que pessoas de outros municípios de São Paulo (no interior) ou de outros estados, possam conhecer esse trabalho.

O site da Estação Ciência é www.eciencia.usp.br. Nele encontramos informações sobre o projeto que vão desde a localização do centro de exposições (com mapas que facilitam o encaminhamento de visitas), horários de atendimento ao público, possibilidade de agendar visitas, as exposições que estão em destaque, as experiências que podem ser visualizadas ao se visitar a Estação, projetos em andamento e dicas de leitura, encontros pedagógicos,...

O que há de melhor na Estação Ciência, no entanto, são os Eventos e Exposições e o Laboratório Virtual.

No setor de Eventos e Exposições, encontramos links que nos conectam aos destaques da programação da Estação Ciência. Essas conexões permitem que possamos conhecer dados sobre os eventos como: experimentos desenvolvidos, teorias apresentadas ou defendidas, reprodução de paineis e desenhos explicativos, mapas, apresentações em multimídia, roteiro dos eventos,...

Entre as exposições em destaque quando de nossa visita virtual pudemos perceber um leque amplo de opções que, tentam atender ao interesse de diversas áreas do conhecimento como a matemática, a história, a física, a geologia, a biologia e a paleontologia. Os temas vão desde Zumbi a Cronobiologia, da Geologia a Méson Pi, da Face do Caos ao Perfil do Universo.

No que se refere ao Laboratório Virtual, encontramos várias experiências apresentadas através de animações ou de recursos de multimídia que esclarecem e facilitam a compreensão de fenômenos químicos, físicos, cálculos matemáticos e dados geográficos.

Questões encaradas como complexas pelos estudantes, como Inércia, Dilatação, Pressão Atmosférica, laser ou ainda, temas de interesse como a Questão de Arquimedes, a Estrutura Interna da Terra, o Relevo Brasileiro ou o Sistema Solar são mostradas aos internautas de forma simples e interessante. Ao facilitar a compreensão se permite, dessa forma, que conceitos encarados como autênticas “dores de cabeça” para os estudantes, sejam aprendidos.

Tive a oportunidade de observar algumas dessas animações ou multimídias, como foi o caso da Dilatação (onde um garoto tenta abrir uma embalagem de vidro do tipo daquelas de azeitonas e, não consegue. Para facilitar, sua mãe coloca a embalagem embaixo de água quente. Com isso, dilata o vidro momentaneamente e, a seguir, em temperatura ambiente, a abertura do frasco fica facilitada). No Mapa do Brasil, há um jogo em que o visitante tem que descobrir o posicionamento exato de cada um dos estados brasileiros colocando-os nessa posição. Na animação O Problema de Arquimedes, numa sequência que lembra um desenho animado, o problema do rei que cedeu ouro para que um artesão produzisse uma nova coroa e que achou que o produto recebido não era de ouro puro (como havia entregue ao ourives) é repassado para o sábio Arquimedes. Como resolver esse dilema? Assista a animação, você verá que a solução é mais simples do que o rei pensava!

Soluções simples também são a marca da Estação Ciência virtual. Ao apresentar teorias e experimentos dessa forma, estimula-se o contato com a ciência e, ao mesmo tempo, retira-se a aura de espaço distante, inacessível, ao alcance de gênios ou “nerds” apenas. A ciência está aí, para todos, sem distinção!