De filho para pai - 10/07/2008
Fábio Adiron
Pai
Eu sei que você está em estado de choque. Mal eu
acabei de nascer e vieram te contar que eu tenho um nome diferente
daquele que você me deu.
Eu ouvi o médico falando que eu sou Down. Não sei
bem o que é isso, mas percebi que não
é bom. Você e a mamãe choraram muito e
ainda estão com cara de velório.
Eu estive me olhando e não encontrei nada que parecesse
estranho. Não tenho antenas nem parafusos. Mas todo mundo
que entra no quarto me olha com cara de espanto e, para vocês
com cara de pena.
Tenho certeza que esse momento vai passar e vocês
vão me tratar como qualquer outro filho, mas eu fiquei
preocupado com algumas coisas que eu ouvi, por isso achei melhor te
escrever antes que seja tarde.
Disseram que eu não vou conseguir fazer um monte de coisas.
Como é que tem a coragem de falar isso?
Eu
não tenho nem um dia de vida e já
estão me condenando? Pai, não acredite em
ninguém. Mas acredite em mim. Tenho certeza que, se
você e a mamãe confiarem que eu vou fazer de tudo,
vocês vão me ajudar em cada conquista.
Pai. Se eu demorar um pouco mais para fazer as coisas que as outras
crianças fazem, não fique ansioso, isso
só piora a situação. Brinque bastante
comigo, deixe eu tentar fazer de tudo. Me dê a mão
quando eu precisar, mas não me impeça de aprender
e conseguir.
Também ouvi um doutor geneti-qualquer-coisa te dizer que
você deve procurar umas entidades excepcionais, que eu vou
precisar ir para uma escola especial.
Pelo que eu entendi, são lugares onde pessoas que nasceram com alguma coisa diferente vão. Até parece bonito, mas isso quer dizer que não vão deixar eu brincar com crianças de todos os tipos?
Que eu
não vou poder aprender nada além de
convivência social?
Gostei daquele casal que veio aqui com a menininha que
também tem a tal da síndrome que eu tenho. Aquele
que falou que ela vai numa escola escola.
Você
reparou que ela veio ler o meu nome na pulseira da maternidade?
É verdade, ela não sabia o que queria dizer RN.
Mas os pais dela explicaram direitinho.
Eu sei que, se você acreditar em mim, e me mandar para uma
escola comum, você e a mamãe vão ter
mais trabalho.
Em
compensação, eu vou ter a chance de ser um adulto
de verdade no futuro e não um peso que vocês
tenham de carregar para o resto da vida. Não é
melhor dar trabalho agora no começo?
Dizem também que você terão de
enfrentar pessoas mal educadas e preconceituosas. Mas você
não me defenderiam de qualquer forma se eu não
tivesse o que tenho?
Além do que, você sabe que filhos, normalmente,
vivem além dos pais. Se vocês não
pensarem nisso agora, o que acontecerá comigo quando
vocês partirem?
Pai. Eu acredito e confio em você e na mamãe. Tudo
que eu preciso é que vocês tenham essa mesma
confiança em mim.
Beijos do seu mais novo filho.
Fonte: Xiita da Inclusão (http://xiitadainclusao.blogspot.com/search?updated-max=2009-10-21T22%3A23%3A00-02%3A00&max-results=10)
1 elias de souza junior - bh te mg
meu filho tem hoje 06 anos de idade
e uma deleçao no cromossomo 22
tudo q faz ainda e um pouco lento
tenho muita paciencia e fe em Deus
q tudo vai dar certo. vejo muitos q infelismente discriminam ,mas amoo do fundo do coraçao e jamais desistirei
o pai Elias de souza junior.
16/02/2013 04:34:30
2 Elaine Ferraz - Lençóis Paulista
Esse artigo nos mostra a realidade de muitos estabelecimentos de ensino e muitas vezes da própria sociedade em que vivemos.
27/05/2009 19:58:43
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