A Última Hora - 17/06/2008
A natureza ressurgirá, a humanidade...
A Última Hora, documentário produzido e narrado por Leonardo di Caprio sobre a questão ambiental, inicia-se com imagens de impacto, mostrando ações humanas e suas conseqüências para o Planeta e para a própria humanidade.
Pesca predatória, queimadas, exploração das florestas, degelo, emissão de gases poluentes na atmosfera, extinção de espécies animais, subnutrição, epidemias, maremotos, congestionamentos monstruosos... Há um pouco de tudo aquilo que estamos impingindo a Terra ao longo de toda a nossa existência, em especial desde o advento do industrialismo como sistema econômico vigente.
Levando em conta que isso representa apenas uma reduzida parte de nossa experiência como espécie, a agressão e a velocidade por nós imposta ao ambiente assumem dimensões ainda maiores. A ferocidade com que estamos devastando as florestas, poluindo o ar, jogando dejetos nos oceanos, extinguindo animais ou promovendo o degelo das regiões polares é assustadora.
Se pudéssemos comparar com situações mais tangíveis poderíamos dizer que estamos numa luta de boxe em que os oponentes são o campeão mundial dos pesos pesados num dos corners da arena onde a luta acontecerá e no outro, como seu oponente, uma criança em idade pré-escolar. Trata-se realmente de um massacre sem precedentes.
Nesse sentido cabe resgatar a frase de um dos especialistas que ao longo do filme A Última Hora, tenta nos alertar para o que estamos fazendo. E não há alarmismos, e sim uma importante constatação, a saber: “Se analisamos a história da humanidade se trata basicamente de uma relação entre os dois sistemas mais complicados da terra: a sociedade humana e a natureza.”
Ou seja, a palavra dos cientistas e estudiosos está nos dizendo que, a princípio, para a maioria das pessoas, o que estamos vivendo é um choque entre os nossos interesses e as possibilidades de realização dos mesmos que a natureza nos oferece. Nosso “complicado sistema” de vida, pautado no consumismo desenfreado e baseado não apenas na sobrevivência de cada um e de todos, mas estimulado de forma constante pelo marketing e pelas mídias (subsidiados pelas grandes corporações e pelos mais ardorosos defensores de seus interesses, os governos de cada nação) torna-se, portanto, algo a ser revisto e alterado.
E estamos mais do que atrasados nessa luta... Acreditamos por muito tempo que as fontes de matérias-primas que abastecem nossos empreendimentos eram inesgotáveis ou renováveis. Mesmo em relação aos recursos que sabíamos que iriam desaparecer da face da Terra em algumas décadas, como o próprio petróleo, agimos de forma irracional, aumentando de modo irresponsável o consumo.
E o que se prega para o futuro, apenas o catastrofismo, o fim dos tempos, o apocalipse?
Não, a mensagem não é essa. Nem tampouco prevalece entre os especialistas o desânimo e a descrença quanto à possibilidade de reverter o quadro que torna a cada novo dia irremediável (ao menos aparentemente) o aquecimento global, o efeito estufa, a destruição das calotas polares, a iminente intoxicação das fontes de água potável e alimentos...
Ainda existe a esperança e a viabilidade técnica para a reversão da destruição que vislumbramos no horizonte. O que, diga-se de passagem, não representa o final dos tempos para o planeta e o meio-ambiente, passível de auto-regeneração como já pudemos constatar ao longo de toda a história natural da Terra.
E isso fica bastante evidente a partir daquilo que nos diz outro ambientalista que participa do filme A Última Hora ao esclarecer que “Quando usamos a expressão salvar o meio-ambiente não estamos nos expressando corretamente, pois o meio-ambiente vai sobreviver, nós é que não vamos ou que talvez sobrevivamos num mundo em que não desejaremos viver”.
O que se busca então, com a preservação dos ecossistemas que garantem a vida na Terra é a sobrevivência da espécie humana? Ao agirmos em prol do meio-ambiente estamos dando continuidade ao egoísmo e a práticas autocentradas e não realmente manifestando nosso interesse na preservação de todas as vidas que compõem o tecido natural do planeta?
Penso que, de certa forma, é isso realmente o que acontece. Mas gostaria de ir um pouco além e imaginar que podemos, apesar de nossas limitações, agir num sentido plenamente coletivo – envolvendo as outras espécies e seres em nossa nova “arca de Noé” conscientes de que a diversidade é a real riqueza e de que, afinal de contas, não somos seres a par da natureza, separados e distintos de todos os outros, mas parte integrante e decisiva da mesma (sem que, com esse pensamento, estejamos nos vendo como superiores dentro do ciclo da vida natural).
E esse talvez seja um dos pontos decisivos para que as coisas venham a dar certo... Ou seja, descobrirmos que, a diferenciação que possuímos e que nos torna sobreviventes não a partir de nossos poderes e forças físicas, mas sim de nossa capacidade de entender o que temos ao nosso redor e de nos adaptarmos a tudo, criando ferramentas e meios para superarmos as adversidades que se nos impõe, se torne também a real possibilidade de superação e adequação a um novo tempo, em que a sustentabilidade prevaleça.
Até mesmo porque as pessoas não devem pensar que o que pregam os ambientalistas é o retorno as cavernas, a uma alimentação a base de raízes e frutas colhidas nas árvores e o abandono daquilo que constituímos ao longo de toda a história humana. O que pensam é que temos que racionalizar a situação e rever ações e posturas que tornam insustentável a continuidade da vida a médio prazo.
E é nesse ponto que o filme A Última Hora surpreende e encanta. Não se tratando apenas de uma produção que poderia se juntar a todos os filmes apocalípticos de que temos notícias. Não basta apenas trazer a tona as más notícias e deixar as pessoas com medo e descrentes quanto ao futuro que se avizinha.
É necessário mostrar que as alterações não são impossíveis, que estão sendo pensadas e pesquisadas, que podem se tornar realidade se quisermos e batalharmos nesse sentido, se agirmos – ainda que individualmente, o que não dá para as pessoas uma real sensação de que as coisas realmente estão mudando (e para isso é sempre interessante recordar aquele velho ditado popular, “de grão em grão, a galinha enche o papo”).
Troque as lâmpadas incandescentes de sua casa por fluorescentes, mais econômicas. Não desperdice água. Plante árvores no seu jardim e em seu bairro. Recicle os produtos passíveis de reutilização. Não compre apenas por impulso. Escolha políticos que tenham preocupação com o meio-ambiente (não apenas da boca para fora, mas demonstrada publicamente através de ações e projetos). Utilize energias alternativas como a eólica ou a solar. Ande menos de carro e mais de bicicleta ou de transporte coletivo. Compre produtos de sua região e de empresas próximas para diminuir o tráfego de caminhões e veículos poluentes.
Há tantas coisas pequenas que podemos fazer e que, ao serem somadas enquanto esforço coletivo, ao final, promovem economia e dão mais fôlego ao meio-ambiente que não podemos simplesmente lavar as mãos e dizer que o que acontece no planeta não é também nossa responsabilidade. Pensem nisso!
A Última Hora nos revela o que a ciência tem de informações mais recentes e contundentes a respeito da questão ambiental nos últimos tempos. O filme atesta aquilo que temos visto nas manchetes dos jornais como desastres ambientais isolados, ocorrendo em pontos distantes e distintos, como sendo peças de um quebra-cabeças de grande dimensões, cujas peças, ao serem todas unidas e colocadas sobre a mesa, diante de nossos olhos, prenunciam o desaparecimento de todos e de cada um de nós... Imperdível!
Ficha Técnica
A Última Hora
(The 11th Hour)
País/Ano de produção: EUA, 2007
Duração/Gênero: 95 min., Documentário
Indicação Etária:livre
Direção de Nadia Conners e Leila Conners Petersen
Roteiro de Nadia Conners, Leila Conners Petersen e Leonardo DiCaprio
Elenco: Leonardo di Caprio, Kenny Ausubel, Janine Benyus, Sylvia Earle, Gloria Flora, Michel Gelobter, Mikhail Gorbatchev, Stephen Hawking, Thom Hartmann, Paul Hawken.
Links
http://epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=18428
http://www.adorocinema.com/filmes/ultima-hora/ultima-hora.asp
http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_Filme.aspx?id_filme=4979&aba=detalhe
1 vanessa - boca da mata alagoas
realmente as pessoas estão cada vez mais dormentes e insensives ao que esta ocorrendo na terra.... é mais uma forma de chamar a atenção das sociedades atuais e futuras para o possivel futuro da terra.
14/12/2012 11:15:45
2 biancca - saõ carlos
foi d+! adorei1 foi muito bem preoduzido! nota 100
15/08/2012 19:22:40
3 millena - são carlos
acho muito legal o modo de como falam para o público!a natureza faz parte de nossas vidas,e não devemos destruílas por divertimento,as pessoas do futuro precisam da oportunidade de conhcer essa maravilha! que é a natureza!
15/08/2012 19:03:36
4 Thaiza Lima - Maceió
Salvar o meio ambiente NÃO. Salvar as nossas vidas, o homem é quem está se matando. O filme deixa bem claro que tudo o que está acontecendo é para que a irá de Deus não fique maior por nossos atos.
08/02/2012 15:32:51
5 Lucas - Salgado
Infelismente para a maioria dos Governos do planeta o que deve ser considerado primeiro é a ECONOMIA e os interesses dos GIGANTES DA INDUSTRIA e da ECONOMIA GLOBALIZADA, e estes são os princpais causadores do que está acontecendo,
eles não sim importam pois para eles vale mais os Bilhoes acumulados em suas gigantescas furtunas.
Nós tambem temos nossa parcela de culpa e esta mais que na hora de frearmos esse consumismo semvagem que é estimulado pelas propagandas e palas midias, e agirmos em busca do desenvolvimento sustentavel.
Aqui vai uma pequna exclamação!
Nós, população, sociedade, somos subordinados aos governos, isso pode até passar despercebido, mas somos.
E quem GOVERNA OS GOVERNOS?
Os gigantes do petroléo e da insustria, que age apenas em busca de seus interesses, e se um governo for contra não tem problema, eles cortam o oculto apoio que antes tinham, e logo o substituem por outro que esteja a seu favor, e tudo comtinua como eles querem. OS GOVERNOS E AS SOCIEDADES EM SUAS MÃO, PARA USAREM DA FORMA MAIS LUCRATIVA POSÍVEL.
23/05/2011 08:56:50
6 Lucas - Salgado
O documentário foi muito bem produzido, e mostra que a humanidade como um todo e como um ser que tambem faz parte da natureza, tem que reaprender urgentemente a viver com ela, não apenas pensando em si mesmo e no agora mas sim pensando, respeitando e preservando todas as formas de vida existentes em nosso planeta, e com isso estaremos preservando tambem nossa propria espécie.
23/05/2011 08:31:02
7 DEMICIANA RIBEIRO AQUINO - GUARULHOS
O FILME FOI FEITO REALMENTE COM TODAS AS INFORMAÇÕES QUE ASSLAM A SOCIEDADE, O IMPACTO QUE CAUSA EM NÓS E QUE REALMENTE AS PREOCUPAÇÕES DO DIA A DIA E VALORES PESSOAIS ESTÃO ACIMA DE TUDO E DE TODOS. SE ALGO FOR FEITO COMO TEM SIDO POR ALGUM AMBIENTALISTAS HAVERÁ UM EFEITO MUITO BOM PARA TODOS.
PARABÊNS AOS PRODUTORES, ESSE DOCUMENTÁRIO PRECISA SER DIVULGADO E AS CRIANÇAS TEM QUE ASSISTIR.
21/04/2011 22:27:22
8 joba - são paulo
As pessoas estão cada vez mais dormentes e insensiveis ao que está ocorrendo na Terra...A biblia nos mostra o porque de tudo isso, e quem está por trás de tudo. O mundo jáz no maligno. Significa que o mal de uma maneira sutil e hipnotizante, nos deixa num estado de dormencia, que não conseguimos enxergar a realidade do que está acontecendo e nem reagir para mudarmos isso tudo, muitos tentam, mas não conseguem despertar ou quebrar este sono maligno. Só Jesus é quem nos pode dar esperança de um futuro melhor.
10/02/2011 15:23:22
9 roseli veronica - cubatão
O filme tem somente um objetivo chamar nossa atenção para os problemas quej á começaram a acontecer em nosso mundo.Acredito que se todos os povos se unirem poderemos salvar o nosso planeta.
23/07/2009 14:02:58
10 Fernanda Lúcia Lopes de Oliveira - Betim
Parabéns aos produtores do filme. É mais uma forma de chamar a atenção das sociedades atuais e futuras para o possível futuro da Terra. E a imagem do Leonardo DiCaprio acho que vai chamar a atenção do público infantojuvenil que é um importante público consumista. Além de representar a geração futura.
22/01/2009 18:10:18
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