Acho que temos de pensar em conjunto sobre como começou essa história de Educação Inclusiva - 15/04/2008
Traduzido do espanhol do documento da UNESCO
Parece-nos que na medida em que o tempo vai passando, se acirram os ânimos, se intensificam as discussões acerca do que representa a Educação Inclusiva para a luta mundial em prol dos direitos de pessoas com deficiências, no caso das APAEs e entidades co-irmãs, a deficiência intelectual. Isso é natural, todos nós tememos o novo, o desconhecido, os desafios que a vida coloca todos os dias à nossa frente.
Isso é muito natural, faz parte de um processo de evolução, de alargamento de visão que o conhecimento vem trazendo aos poucos.
Folheando documento da UNESCO que já temos em nosso poder há algum tempo, vemos que a introdução ali apresentada traz reflexões muito sérias, muito corretas, bastante elucidativas, sobre a inclusão no mundo.
Neste momento em que estamos empenhados em capacitar professores, entender o papel moderno das organizações de famílias do Brasil, esse texto preenche uma lacuna importante porque factual, clara, sem preconceitos deste ou daquele tipo.
Vamos, pois a ele, merecemos todos nós sermos informados, pois sem informação correta fica prevalecendo a idéia de que tal grupo tem razão, tal grupo é reacionário, tal grupo é inamistoso e nada disso conduz a um progresso verdadeiro enquanto caminhos que a nação deve trilhar.
"Em 1994 mais de 300 participantes representando 92 países e 25 organizações internacionais se reuniram em Salamanca, Espanha, em razão da Conferência Mundial sobre as Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade, a fim de aprofundar o objetivo da Educação para Todos, sob cuja perspectiva das mudanças exigidas para se promover o enfoque da Educação Inclusiva.
A Declaração e o Marco de Ação de Salamanca para as Necessidades Educacionais Especiais, que fora adotada por unanimidade durante a Conferência baseia-se no princípio da inclusão, afirmando que as escolas regulares devem acolher todos os meninos e meninas, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas e outras. Isto reconfirma o compromisso com a Educação para Todos e reconhece a necessidade e a urgência de prover serviços educacionais para meninos, meninas, jovens e adultos.
"As escolas comuns com essa orientação integradora representam o meio mais eficaz para combater as atitudes discriminatórias, criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade inclusiva e conseguir educação para todos.." Artigo 2, Declaração de Salamanca.
"As políticas de educação em todos os níveis devem estipular que um menino ou menina com deficiência freqüente a escola mais próxima: em outras palavras, a escola que deveria freqüentar se não tivesse nenhuma deficiência." Artigo l8, Marco de Ação de Salamanca.
A Declaração e o Marco de Ação de Salamanca apelou à UNESCO para:
- Obter o apoio das organizações de professores sobre os temas relacionados com a melhoria da formação do professorado, no que diz respeito a necessidades educacionais especiais.
- Arrecadar fundos mediante a criação de um programa ampliado para escolas inclusivas e programas de apoio à comunidade, que possibilitariam que fossem postos em andamento projetos piloto que apresentem modos novos de difusão e criem indicadores referentes à necessidade e à atenção às necessidades educacionais especiais.
A 28a Sessão da Conferência Geral da UNESCO - 28c, Resolução l.5, considerou que os Estados Membros deveriam seguir as recomendações da Conferência Mundial de Salamanca sobre Necessidades Educacionais Especiais e reorientar suas estratégias educacionais para satisfazer as necessidades educativas especiais dentro da escola comum, além de trabalhar em prol de uma Educação Inclusiva.
Também foi recomendado que os Estados Membros revisem seus programas de formação dos professores e das professoras para que tenham maior consciência da importância de satisfazer as necessidades educacionais especiais na sala de aula comum.
Além disso, a 28a Sessão da Conferência Geral convidou o Diretor Geral a que tome medidas para assegurar que as preocupações das pessoas com deficiências sejam refletidas nas Atividades do Setor Educação, especialmente no que concerne políticas e planejamento, como ocorre nos setores Cultura e Comunicação. Também.foi pedido que seja reforçada a colaboração entre agências como OIT, UNICEF e OMS.
Achamos adequado e conveniente repensarmos o começo do movimento de inclusão no mundo, a que estamos ligados uma vez que nosso país tem ratificado os mais importantes documentos em relação às Metas do Milênio, ou seja, os progressos nas diversas áreas sociais que se espera nosso país consiga alcançar até 2015.
Difícil, sempre é difícil, num país da dimensão do Brasil, com milhares de grupos de interesse implantados, interesses esses que freqüentemente entram em confronto com outros; a própria engenhosidade do país, pois o brasileiro é criativo, e encontra soluções próprias para seus problemas, faz com que os projetos de cunho social se tornem de difícil
Atenção, pois! Vamos tentar aprender todos juntos, ter idéias claras e abrangentes em torno das principais questões que nos afetam , aprendendo inclusive a aprender, porque alguns de nós os dogmáticos, acham que seus pontos de vista deveriam ser aceitos como verdades indiscutíveis quando não é assim: a comunidade se mobiliza em torno desta ou daquela questão, tira conclusões próprias e tudo isso ajuda o país a crescer.
1 Isabel Cristina Possatti - São Vicente
è um assunto que só a informação vai ajudar a compreender, não ´fácil para a sociedade incluir...
23/04/2008 15:14:04
2 Marcia Fernandes de Souza - Arujá-SP
Em 25 anos de atuação junto à Pessoa com Deficiência, me coloco aqui reiterando que o mais importante realmente é a qualidade de ensino e educação para todos, com maior qualificação dos educadores. Precisamos cobrar um pouco mais sobre os retornos da educação para o cidadão.
Parabéns pelo artigo.
Abçs.
Marcia
20/04/2008 16:43:50
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