Aprendiz -
Educação para o futuro e para a Cidadania
Há algum tempo atrás o jornalista Gilberto Dimenstein lançou um livro de grande repercussão por suas ousadas opiniões quanto à educação. Tratava-se de uma coletânea de textos publicados no jornal Folha de São Paulo e foi intitulado "O Aprendiz do Futuro". Na ocasião, Dimenstein, assim como alguns (poucos) jornalistas, identificaram a educação como uma das prioridades nacionais. Superaram inclusive a barreira dos discursos e partiram para a proposição de práticas que nos levassem, necessariamente, a configuração de um sistema educacional de melhores resultados, de maior engajamento por parte de alunos e professores, que buscava maior consciência política, de acesso às novas tecnologias e, voltado para a formação de cidadãos atentos e participativos, primando, portanto pela valorização da ética e da cidadania.
Uma das menções essenciais do trabalho podia ser lida ainda em suas primeiras páginas. Reforçava a idéia de que deveríamos estudar continuamente, pelo resto de nossas vidas, num procedimento de constante aperfeiçoamento, de necessária atualização. Dizia que somente dessa forma poderíamos nos desenvolver profissionalmente, amadurecer pessoalmente e entender os princípios que regem uma sociedade dinâmica e marcadamente interativa em seus aspectos sociais.
Continuava seu trabalho destacando que temos problemas sérios a resolver no que tange a educação no Brasil. Um dos mais sérios (também destacado em outro importante trabalho do jornalista, a premiada obra "Cidadão de Papel"), seria o analfabetismo. Esclarecia que além de ensinar a ler e escrever, devíamos permitir que nossos subcidadãos (aqueles a quem não foram concedidos os direitos mínimos, entre os quais o acesso a escola) fossem integrados a um amplo projeto de alfabetização digital, através do qual, fossem preparados para lidar com computadores e com a rede mundial de computadores.
Lembrou-me o inesquecível mestre Paulo Freire, pregando em favor de uma alfabetização adequada ao contexto e voltada para uma politização que permitisse ao educando uma plena e total inserção na sociedade.
Chegou mesmo a articular uma defesa em favor da cola (em artigo publicado na Folha de São Paulo em Março de 1998), no qual se posicionava em favor do professor da USP, Júlio Groppa Aquino. Argumentavam ambos que o modus operandis da escola, extremamente conservadora, patrocinadora de uma educação que privilegiava o acúmulo de informações ("bancária"), era desestimulante para os estudantes, confrontava-se com o advento das novas tecnologias sempre em desvantagem, não promovia a pesquisa e o aprofundamento, distanciava professores de alunos e motivava a evasão. Apesar de muito criticados, estavam certos.
Demonstrava através de dados estatísticos e tabelas que o investimento em educação e o advento da tecnologia as salas de aula haviam produzido resultados expressivos para o desenvolvimento de outras regiões do planeta. Escrevia e promovia a educação a assunto de interesse nacional, que devia ser discutido com seriedade dentro de uma lista de itens básicos para a superação da imagem de eterno país do futuro.
Propunha a ética e se mostrava coerente com seus pensamentos. Apesar de não ser educador, Dimenstein tem produzido muito mais em favor da educação do que muito professor que prefere manter a situação como está. Comprovação maior disso foi que suas idéias e trabalhos fizeram surgir o site educacional "Aprendiz" e semearam o surgimento de um projeto educacional de mesmo nome que atende crianças e jovens de menor poder aquisitivo e busca promover novas atividades e posturas, integrar a educação ao mundo exterior, estimular parcerias entre escolas e empresas,...
Só por isso já valeria a pena visitar o site Aprendiz (e também ler os livros e buscar informações sobre o projeto)... Então, que tal começar navegando pelas páginas do Aprendiz na internet? Venham, sintam-se à vontade nessa jornada rumo a uma nova e surpreendente visão da educação!
Caminhos
1- Ao passar o olho pelo índice de Colunas assinadas por educadores, jornalistas, psicanalistas e tantos outros profissionais competentes, o internauta se sentirá tentado a ler todas elas e eleger suas preferências para navegar pelo site regularmente. São profissionais da qualidade e do prestígio de: Rubem Alves, Roberto Shinyashiki, Gilson Schwartz, Christovam Buarque, o próprio Gilberto Dimenstein e tantas outras feras.
2- Há um setor denominado Guia de Empregos, que orienta os educadores e profissionais ligados ao setor quanto a estágios, ofertas de emprego, notícias sobre cursos e concursos,...
3- Os estudantes podem se beneficiar do serviço Lição de Casa, destinado a oferecer sugestões de sites a serem consultados para auxiliá-los na busca de material de pesquisa e tarefas.
4- Também está disponível um serviço que permite aos usuários do site encontrar sites da internet especializados em Notícias sobre educação.
5- Outra oportunidade gerada pelo site é a disponibilização de acessos diretos a Revistas especializadas em educação, como as publicações Educação, Guia de Profissões e @prender.
Professores
"Quem
acha que a educação é cara,
não conhece o custo da ignorância".
Cláudio Moura Castro
Economista e Consultor da Unesco
Nada mais condizente com a realidade da educação,
necessitada de constante investimento, quanto
à frase do economista Cláudio Moura
Castro. Acreditar e realizar em educação
custa tempo, disposição, dinheiro
e, acima de tudo, paixão.
Uma vez tendo embarcado nessa grande área de atuação, dificilmente os profissionais conseguem deixá-la de forma impune. Todos aqueles que realmente se envolvem com a área desembolsam muito mais do que tem (e não me refiro aqui a dinheiro), dispendem horas preciosas de suas vidas atrás de novas fórmulas, investem em projetos que acreditam poder reformular a educação e resolver diversos problemas constatados, sonham de olhos abertos, diante de seus alunos e colegas, da comunidade escolar e da sociedade.
Muitas vezes somos acometidos da sensação de fracasso ou de frustração; tantas outras, nos sentimos realizados por conferir a educação algumas páginas notáveis para seu engrandecimento. Nem sempre somos compreendidos, muitas vezes somos até mesmo esquecidos ou tratados com pouco caso. Não devemos, no entanto, desistir. Devemos acreditar que somente a partir de nossas tentativas será possível realizar uma nova e enriquecedora educação.
Ao acreditarmos em nossos sonhos, perpetuamos a chama eterna do ensino e da aprendizagem. Celebramos os grandes mestres do passado que nos fizeram amar a escola e a cultura. Damos continuidade nessa galeria de notáveis esforços e nos tornamos, do mesmo modo, referências para muitas pessoas.
Foi por acreditar em seus projetos que o jornalista Gilberto Dimenstein fomentou a criação do projeto Aprendiz (livro, site e trabalho com jovens). Semeou um amanhã promissor para muitas pessoas. E comprovou a idéia de que o custo de nossos sonhos é muito mais baixo do que o custo da pobreza, do analfabetismo e da exclusão social.
Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.