A Espada era a Lei - 29/11/2007
Capítulo V - A Educação de Verruga
Notas sobre esta Transcrição
1.
Com a letra "Q"
seguida de um número, identifico o quadrinho.
2. Com um “*” identifico as Onomatopéias.
3. Com a letra "N"
identifico o Narrador.
4. Alguns quadros, nos quais as cenas eram quase as mesmas, foram
suprimidos, mas isso não interfere na compreensão
da história. Em outros, acrescento
informações para melhor compreensão
destes;
5. A ledora foi Anair Campos, minha irmã, cuja ajuda foi
valiosa para a realização deste trabalho, a quem
agradeço a força;
6. Espero contar com todos para a disseminação
desta obra entre os Deficientes Visuais, especialmente as
crianças, a quem é dedicada;
7. Este material destina-se às pessoas portadoras de
Deficiência Visual, sendo vedado seu uso com fins comerciais;
8. A história transcrita aqui foi levada às telas
como desenho animado dos Estúdios Walt Disney e publicada em
HQ pela Editora Abril Jovem na coleção
"Clássicos Disney em Quadrinhos", em 1990.
9. A expressão "Xiii" nesta
transcrição foi substituída por "Chii"
porque o Dosvox fala a primeira como se fosse o número 13;
10. Os quadros são numerados por capítulos, por
isso sempre se iniciam com "Q1".
Sinopse: A Espada era a Lei
Um jovem garoto desajeitado, protegido e aprendiz do Mago Merlin, ouve dizer que aquele que conseguisse retirar uma espada mágica de uma pedra, seria declarado Rei da Inglaterra, e resolve aceitar o desafio, o que provoca risos dos outros interessados. Mas para surpresa de todos, o garoto obtêm êxito tornando-se o lendário Rei Arthur.
Capítulo
V - A Educação de Verruga
Q1.
Merlin está em pé diante de um globo terrestre e
atrás dele vê-se um quadro-negro. Arquimedes
está em seu poleiro sobre a mesa, junto a alguns livros. Na
mão de Merlin está um mapa com alguns desenhos de
barcos, o sol e uma inscrição: "O mundo de terra
firme".
Merlin -
Antes de tudo, meu caro, temos que tirar essas idéias
medievais da sua cabeça! Limpe o cérebro para
novas idéias! Pense nas vantagens, rapaz, de conhecer as
fabulosas descobertas que o homem fará nos
séculos vindouros!
Arquimedes -
Vantagem? Pois sim! Se o rapaz sair por aí dizendo que o
mundo é redondo, vão pensar que ele é
louco!
Verruga -
O mundo é redondo?
Merlin (Girando o globo)
- Exato! E também dá voltas!
Verruga -
Ah, então ele ainda será redondo?
Merlin -
Não! Ele já é redondo! O homem
descobrirá isso nos próximos séculos!
Arquimedes (Voando para o
globo) - Bah!
Você só está confundindo o menino! Ele
vai ficar tão confuso que acabará falando sozinho!
Merlin -
Pois bem! Então faça você, Arquimedes!
De agora em diante, ele é seu aluno!
Arquimedes (Abrindo as
asas) - Está
bem! Primeiro, quero que você leia esses livros!
Verruga -
M-mas eu não sei ler!
Arquimedes
(Com uma das asas sobre a cabeça)
- Quê?! Então não deve saber escrever,
também!
Verruga -
Não!
Merlin (Voltando
à sala) -
Arquimedes! Você viu meu aeromodelo por aí?
Arquimedes (Voando para a
cabeça de Verruga)
- Você sabe que não me meto com seus brinquedos
futurísticos!
Verruga -
É isso, aí em cima?
Merlin -
Hein? Ah, sim! Cá está!
Verruga -
Quer dizer que o homem voará, um dia, numa destas coisas?
Merlin -
Sim! Só que serão maiores, é claro!
Arquimedes -
Bah! Se o homem devesse voar, teria nascido com asas!
Merlin (Jogando o
aeromodelo) - Vou
já lhe provar o contrário! Afastem-se!
Lá vai ele!
Verruga -
Merlin! Sua barba!
* RAC!
N:
Merlin alisa a barba que ficara presa no elástico do
aeromodelo...
Merlin -
Aiiiii!
N:
O aviãozinho sai pela janela e vai cair no fosso que
circunda o castelo...
* CHUÁ!
Arquimedes -
Oh, oh! Então o homem voará? Claro, como uma
pedra!
Merlin -
O homem voará no futuro! Já estive lá!
Já vi isso!
Arquimedes (Sorrindo)
- Ih, Ih! Essa é boa!
Verruga -
Oh, espero que sim! Sempre sonhei voar como um pássaro...
Para poder ir passeando pelo céu!
Merlin (Batendo com sua
varinha mágica na cabeça de Verruga)
- Ah, é? Avis avitis aviti avetem! Prestidigitonium!
* FUPT!
Verruga
- Ei! Virei
pássaro! Oba!
Merlin -
Calma, menino! Vamos devagar! Você tem muito que aprender!
Preciso ensinar-lhe umas coisinhas!
(Segurando o
pássaro) -
Primeiro, vou explicar-lhe o funcionamento da asa de um
pássaro...
Arquimedes -
E desde quando você entende disso?
Merlin -
Eu fiz um curso intensivo do vôo dos pássaros, e...
Arquimedes -
E acontece que eu sou um pássaro!
Merlin (Colocando o
pássaro na janela)
- Pois bem, seu sabe-tudo!
Arquimedes (Falando para
Verruga) - Observe! Voar
é uma arte delicada e o melhor modo de aprender é
fazendo! Começaremos planando! Estenda as suas asas
até o fim e abane o rabo!
N:
Verruga faz o que Arquimedes diz...
Arquimedes -
Ótimo! Agora fique na ponta dos pés e salte!
N:
Arquimedes sai voando com o Verruga...
Arquimedes -
Puxa! Esse garoto é bom! Nem parece que é a
primeira vez que voa!
N:
Arquimedes percebe um gavião que se aproxima e diz pra
Verruga...
Arquimedes -
Epa! Cuidado, rapaz! U gavião! Um gavião!
Verruga (Safando-se do
gavião por um triz)
- Eeepa!
Arquimedes -
Verruga! Verruga!
Verruga (Pensando)
- Estarei a salvo naquela casa!
N:
Verruga entra pela chaminé da casa e cai nas cinzas.
Tossindo, Sacode-se para limpar a fuligem do corpo...
Verruga -
Cof! Cof!
N:
Uma mulher está sentada à mesa manuseando um
baralho...
Mulher -
Parece que há alguém doente! Que beleza! Tomara
que seja alguma coisa ruim!
N:
Ela se volta, vê o pássaro, levanta-se e o pega
pelas asas...
Mulher -
Ora, com mil morcegos! Não passa de um pardalzinho
à-toa!
Verruga
- E-eu não sou um pardal de verdade! Sou um menino!
Mulher
- Um menino?!
N:
Ela o coloca sobre a mesa, diante de si...
Verruga -
Sim, Senhora! O Mago Merlin me transformou assim! Ele é o
maior mago do mundo!
Mulher (Sorrindo)
- Merlin? Oh, oh! Ele é o maior vigarista do mundo, isso
sim! Tenho mais magia num dedo mindinho do que ele!
N:
Ela, debochando, segura as pontas da saia...
Mulher -
Vamos, não me diga que nunca ouviu falar da fabulosa Madame
Min!
Verruga -
A-acho que não!
N:
Arquimedes observa os dois de uma janela...
Arquimedes -
Madame Min! Chiii... Preciso avisar Merlin!
N:
Madame Min toca numa flor que está numa chaleira...
Min
- Com um simples toque faço murchar uma flor!
Verruga -
Puxa! Que coisa horrível!
Min -
Obrigada, jovem, mas isso não é nada para mim!
Posso até mudar o tamanho das coisas! Posso ficar enorme! Do
tamanho da casa!
* CAFUM!
N:
Ela fica enorme...
Min -
E posso ficar do tamanho de um ratinho!
* FUP!
N:
Ela fica pequenina e depois volta ao seu tamanho normal...
Min -
Sou a magnífica, a maravilhosa, a terrível Madame
Min! Que me diz agora, menino? Quem é o maior?
Verruga -
Bem, a magia de Merlin é sempre usada para o bem!
Min (Fechando a janela)
- Humm! Então ele deve ter visto algo bom em
você... E para mim, isso é mau!
*
BLAM!
Min -
Por isso, jovem, acho que terei que destruí-lo!
Verruga (Voando para o
espaldar da cadeira) -
D-destruir-me?
Min -
Bem, eu lhe darei uma chancezinha! Faremos um jogo! Sou doida por
jogos, sabia?
* PUF!
N:
Min se transforma num gato...
Verruga -
Eeei! Ela virou gato!
Min (Correndo
atrás dele) -
Vá fugindo, jovem! Este é um jogo de vida ou
morte!
N:
Verruga sai voando, bate a cabeça numa viga do telhado e cai
no chão. Min, já transformada em gente o pega...
* ZIP! BONC! BUMP!
Verruga (Vendo estrelas)
- Aiiii!
* VUMP!
Min (Pegando-o) -
AH, Ah! Ganhei! Acabou o jogo!
N:
Merlin aparece na sala...
* FUCH!
Merlin -
Min! Que está querendo fazer?
Min
- Ih, ih! Estávamos só brincando um pouquinho!
Verruga -
Não! Ela estava querendo destruir-me!
Min -
E daí? Vai querer brigar por causa disso?
Merlin -
Se você quiser, eu brigo!
Min -
Pois bem! Vamos lá fora!
N:
Merlin dá passagem à Min...
Merlin
- Primeiro as damas!
Aguardem o Próximo Capítulo!
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